Poster (Painel)
181-1 | DESCOLORAÇÃO DE CORANTE TÊXTIL PELO ASCOMICETO Lasiodiplodia theobromae EM DIFERENTES CONDIÇÕES DE pH E CONCENTRAÇÃO DE FONTE DE CARBONO | Autores: | Jose, C.O. (UNESP - Universidade Estadual Paulista) ; Nascimento, I.V. (UNESP - Universidade Estadual Paulista) ; Nascimento, V.M.G. (UNESP - Universidade Estadual Paulista) |
Resumo Os processos têxteis são grandes consumidores de água e de corantes sintéticos, gerando efluentes volumosos e complexos com elevada carga orgânica. A proposta deste estudo foi estudar descoloração de corante têxtil por Lasiodiplodia theobromae, em diferentes valores de pH e concentração de glicose. O microrganismo foi incubado em 25 mL de meio de Vogel, contendo 0,25 mg/L de Reactive Orange e 0,25 ou 0,5g/L de glicose, ajustado em pH entre 3 e 7, a 180 rpm, 28°C por 48h. A biomassa foi separada por centrifugação e determinada por gravimetria. O sobrenadante foi analisado quanto a concentração de corante e toxicidade. A descoloração foi acompanhada por varredura em espectrofotômetro entre 400 e 700 nm. A toxicidade foi avaliada pelo teste do Allium cepa, utilizando sementes de cebola Baia periforme germinadas em água destilada, Orceína acética para hidrólise e visualização da divisão celular em microscópio ótico, e água destilada e metilmetanosulfonato (MMS) como controles. Os melhores resultados de descoloração foram obtidos nos cultivos realizados em pH 3,0 com 0,25g/L de glicose, alcançando uma descoloração de 72%. Ainda assim, em todos os cultivos foi verificada descoloração mínima de 60%. Os maiores valores de biomassa (0,8 g/L) foram verificados em pH 4, nas duas concentrações de glicose testadas. O corante Reactive Orange (0,025 mg/mL) demonstrou ser genotóxico e mutagênico, proporcionando o aparecimento de aberrações cromossômicas, tais como pontes, perdas cromossômicas e micronúcleos no tecido meristemático das raízes de A. cepa, comprovando a toxicidade do corante. Devido aos bons resultados de descoloração, os cultivos realizados em pH 3 e 4, em ambas concentrações de glicose, foram avaliados quanto a toxicidade. Nestes ensaios não foi observado nenhuma alteração na divisão celular de A. cepa, indicando que nestas condições de cultivo e descoloração não há produção de metabólitos tóxicos que possam ser detectados pelo teste. A partir dos dados obtidos é possível concluir que o fungo L. theobromae é capaz de atuar na descoloração de azocorantes, com potencial para ser empregado em sistemas biológicos para tratamento de efluentes têxteis, sem indícios de toxicidade. Palavras-chave: reactive orange, genotoxicidade, Lasiodiplodia theobromae |